Laguna

Estava numa velha casa amarelinha
observando os antigos móveis
de madeira esculpida e desgastada.
Resolvi sair sem saber que uma
bela paisagem me aguardava.
O dia estava ensolarado; tão radiante.
Nunca vira um céu tão límpido
nuvens nele não haviam
havia apenas o azul.
Desci as vistas.
Debaixo daquele lindo céu
uma montanha coberta de verde.
Caminhei por entre as ruas estreitas
e construções antigas.
Logo com o mar deparei.
A água cintilava o brilho do sol
e estendia-se indefinidamente,
não podia ver onde terminava
aquele belo oceano dourado.
Parei de caminhar,
pois a paisagem deste lugar
em plena harmonia estava:
o chão pedregoso
a areia brilhante
o mar de calma
as ondas pequenas
as rochas foscas
a montanha víride
que a frente se erguia
o vento refrescante
que os pulmões enchia
alfim, o céu azul
que nenhuma nuvem havia.
Quisera voar, mas não podia.
Já era tardezinha, o sol se pôs,
mas meu encanto não se depôs.
Voltei para a velha casinha amarela
que tanta história carregava com ela.

Bruna Xavier de Moro